Nigeru wa Haji da ga Yaku ni Tatsu: Divertido, fica fácil entender porque fez sucesso no Japão


Neste feriado, aproveitei um pouco do meu tempo livre para ver 'Nigehaji'. Confesso que apesar de toda a propaganda que fizeram deste dorama não esperava que ele fosse tão legal!

Ele fala muito da valorização do serviço doméstico.
Acredito que tenham muitas donas de casa que estejam lendo este post e é muito interessante a reflexão que é feita no dorama em relação a isso. Sobre o que seria o salário de uma dona de casa, sobre o quanto valorizamos. O quanto o serviço doméstico é importante e o quanto devíamos sentir gratidão e respeito.

Por outro lado, os dois protagonistas vivem uma situação também comum.
Mesmo com uma pós graduação, Mikuri (Yui Aragaki) se vê em uma situação difícil na procura de um emprego. Já  Hiramasa (Gen Hoshino), é demitido de seu trabalho por causa da crise da empresa, por mais especializado e competente que fosse.

Traz também uma reflexão acerca da idade. Estava também conversando isso com um amigo. Será que a idade é uma barreira mesmo? Ou será algo que pode ser superado? A falta de experiências, o "é tarde demais" são suficientes para acabar com uma vida?

No dorama, os dois protagonistas tem 10 anos de diferença de idade. Coisa que também não é tão difícil de encontrar por aí.

A tia da Mikuri, Yuri Tsuchiya (Yuriko Ishida) é 17 anos mais velha que seu amado Ryota Kazami (Ryohei Otani) e por isso reluta em viver um relacionamento com ele. Sem perceber, ela tinha dedicado toda uma vida ao trabalho e deixado a questão amorosa em segundo plano. Para ela, já era tarde demais. O dorama mostra esse lado do preconceito com a diferença de idade.

A questão do rótulo vem junto.
Será que uma pessoa "tem cara" de ser alguma coisa? Ou será apenas um rótulo que colamos na testa de alguém, dizendo "você pode" ou "você não pode?". O homossexualismo é tratado de forma leve e sem muitos estereótipos por aqui também. (Eu já vi estereótipos extremamente forçados. Se você viu o dorama, talvez você tenha percebido alguns, mas pra mim foram menos forçados do que em outros)

O Hiramasa (Gen Hoshino), que é engenheiro de sistemas - super competente no trabalho - tem problemas na vida amorosa. Durante 35 anos de sua vida, não teve relacionamentos, beijos, abraços (apenas dos parentes, nada de namoradas) e não sabia como lidar com estas situações. Ele já havia se conformado em viver sozinho pelo resto da vida.

Não sei se já viram Koinaka, mas assim como ele,
é um dorama que mostra as situações do nosso dia-a-dia de uma forma bem natural. Ele traz as situações normais dos relacionamentos, amizades, as felicidades e as dificuldades da vida, de uma forma bem gostosa de assistir, com simplicidade e ao mesmo tempo de uma forma muito bonita. Não é moralismo, não é forçado, não é algo surreal.

Aqui não temos um casal da mesma idade. Não temos pessoas bem-sucedidas em tudo. Não temos pessoas endinheiradas. Todas as pessoas trabalham, lutam pra sobreviver da forma que podem. Tem medo. Tem anseios. Tem frustrações. Tem expectativas. Tem momentos de felicidade e outros em que parecem que vão explodir, depois de um dia cansativo de trabalho.

Os protagonistas sofrem crises como qualquer casal e se empenham em resolver o problema de forma conjunta. Mikuri e Hiramasa tentam manter a gratidão, o respeito e o reconhecimento um com o outro.

É por tudo isso que o dorama é bacana. Eu acho que muitos de nós nos encaixaríamos em 'Nigeru'.
A vida afinal, não é um mar de rosas, não é perfeita, não é um conto de fadas. Ainda que esteja falando de uma ficção, pode-se dizer que muito disso acontece na vida real.

Hiramasa (Gen Hoshino)
é um engenheiro de sistemas que trabalha em uma empresa de softwares. O mais competente por lá e capaz de resolver qualquer erro de programação que exista. Mikuri (Yui Aragaki) é uma garota pós-graduada que está à procura de emprego após ser dispensada de um trabalho temporário. Com isso, os pais de Mikuri a empurram para fazer trabalhos domésticos na casa deste engenheiro, com um bom salário.

Ele gosta do trabalho de Mikuri e quer contratá-la como doméstica. Como os pais dela vão morar em outra cidade e ela não quer se mudar, acaba fazendo uma proposta inusitada a ele: Que seja feito um casamento por contrato (sendo que os dois acabaram de se conhecer) onde ela moraria na casa dele e seria responsável pelos afazeres domésticos.

Tentando esconder de todos que se trata de um casamento de contrato, Mikuri e Hiramasa são forçados a parecerem ser um casal. E isso leva eles a serem de fato um casal.

Não demora muito e a proximidade dos dois faz com que Hiramasa quebre sua casca de uma pessoa fria e comece a demonstrar seu amor por Mikuri. Uma coisa porém atrapalha: O seu complexo de inferioridade, que o faz se colocar "abaixo" de outros homens. Sente que não consegue ser alguém que possa conquistar a Mikuri.

Aos poucos, Mikuri percebe que apesar de Hiramasa ter dificuldades pra se relacionar, ele tem boas intenções e não consegue verbalizar isso facilmente. Assim como seu pai, quieto e sério, ele demonstra muito mais o amor por ações do que pelas palavras.

Acaba que felizmente com o apoio dela, o Hiramasa começa a superar esse complexo de inferioridade, toma uma vida mais prazerosa e motivante, além de se valorizar.

É muito bonito o esforço dele em abraçar a Mikuri.
Amor não falta, mas ele não está acostumado e sente muita vergonha. E igualmente bonito, é ver a Mikuri estendendo os braços para ele, aceitando-o tal como ele é. Pegar na mão, dar um beijo, passo a passo, tudo isso respeitando o tempo dele. Aos pequenos passos, degrau a degrau, ele se solta.

Mikuri é obstinada e dedicada. Quando tem uma ideia, está disposta a colocá-la na mesa e discutir.
Ela tem personalidade forte e tenta sempre fazer o melhor, mesmo que ninguém esteja vendo, pois quer ser profissional. Ela também se rende às palavras de Hiramasa, que confesso, até eu bati palmas.

Ele disse algo do tipo "Ah, a comida de fora é boa porque é às vezes que comemos. Mas adoro a comida que você (a Mikuri) prepara".

Por mais Hiramasas e Mikuris, eu sou favorável!
Um casal que eu torci do início ao fim. Tanto quanto Doumyouji e Makino. Ou Aya e Haruto!

Muito mais do que um dorama que aborda diversos temas importantíssimos e contemporâneos, muito mais do que um dorama que aborda a vida como ela é, muito mais do que um dorama que tem personagens que você torce para serem felizes, muito mais do que um dorama que tem diversão, aprendizado e emoção de sobra, vem a cereja do bolo, a Koi Dance!

A cada encerramento, eu ficava ansioso pra começar o Gen Hoshino cantando Koi e o elenco dançando. Sim, esse é o 'grand finale' de cada episódio.

Está claríssimo que eu recomendo esse dorama! Inclusive eu acho que entra na lista de "doramas que você tem que ver na vida". Muito bom, muito inspirador, muito bonito. Espero que vocês tenham gostado, um ótimo dia a todos! Não podia faltar, Koi!

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